Rompi o tendão, e agora? (Parte 2)

Dando continuidade a essa série falando sobre como rompi meu tendão de Aquiles, e a minha recuperação (cuja primeira parte está aqui), hoje falarei um pouco do pós-operatório. Faz pouco mais de um mês que eu fiz a cirurgia (28/09). A cirurgia foi bem tranquila, durou aproximadamente 1 hora e 30 minutos. Sai do hospital era umas 14:30 (pois a anestesia demorou a passar).

Nos primeiros dias, tive um pouco de dor, que passou ali pelo 6º dia após a cirurgia. Fiz a cirurgia na terça, na quinta fui ao médica para realizar a primeira troca do curativo (nos primeiros 15 dias precisei trocar o curativo regularmente). Segundo o médico, a cicatrização está ocorrendo bem. A partir do 16º dia, não precisei mais trocar o curativo, só retornando ao consultório no dia 27/10 para retirar a tala, e, em seu lugar, o uso de uma bota ortopédica. 

Antes de falar um pouco mais de como está sendo o uso da bota, queria falar sobre como foi a recuperação: é uma recuperação muito chata. Por não poder encostar o pé no chão, tu perde muita autonomia. Banho? Só sentado e com chuveirinho, e com um plástico protegendo a perna. Nos primeiros dias eu me cansava facilmente, pois a tala é relativamente pesada, e a perna cansa de ficar suspensa. Depois de uns 10~15 dias, entretanto, o corpo se acostuma, e não se torna mais tão pesado, e a locomação se torna mais natural (estou usando um par de muletas do tipo canadense (veja imagem abaixo)).

 

Exemplo de muletas canadenses

A pior parte de usar essas muletas é que tu não consegue pegar nada, pois as mãos estão ocupadas. Pegar um café e levar à mesa ou escrivaninha? Sem chances. No meu caso, tive sorte pois meu pai pôde trabalhar de casa, então ele me auxiliou bastante nisso. Enquanto eu estava com gesso, fiz minhas refeições na cama, pois era mais confortável.

Em resumo, sobre a recuperação com o gesso é: embora a cirurgia foi tranquila, a recuperação é muito chata. Não tanto pela dor física, mas pela limitação na locomoção que causa. (PS: Sobre a cirurgia, foram uns 17 pontos, um belo corte no meu tornozelo).

E agora falando da bota ortopédica (robofoot): os primeiros dias foram desconfortáveis. Antes, com o gesso, meu pé ficava apontado para baixo, para que a região do tornozelo não ficasse esticada, para que as duas partes do tendão pudessem se unir novamente. Agora, com a bota, é preciso que o pé volte a posição normal. E isso dói nos primeiros dias, pois os músculos passaram um mês em uma posição específica, e agora estão tendo que voltar à normalidade. Nos primeiros dias, o pé não encosta totalmente na bota, só a parte dos dedos. Aos poucos, é claro, ele vai normalizando. Hoje, após 5 dias usando a bota (e uma visita ao fisioterapeuta), o pé já está encostando na palmilha da bota. Vejo avanços. Aos poucos estou conseguindo fazer o movimento de pisar com o pé no chão (mas apoiando o peso nas muletas, e não sobre a perna).

Por sorte, eu trabalho de casa, como desenvolvedor. Por isso, consigo trabalhar (somente fiquei afastado 15 dias após a cirurgia). Agora os próximos capítulos são: mais um mês com essa bota (devo tirá-la no dia 24/11 ou 01/12), e depois começar os exercícios na fisioterapia, para recuperar a força na perna e a amplitude dos movimentos. (Aliás, a perna deu uma bela diminuída, em comparação com a outra). Acredito que as primeiras sessões de fisio serão um pouco dolorida, mas descobrirei isso daqui um mês 🙂